sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Atividade física no tratamento à depressão

No Brasil 22 milhões de pessoas sofrem de depressão. O tratamento tradicional, farmacológico e psicoteráído, ganha novo aliado - a atividade física
Eliane de Oliveira

Segundo a Associação Nacional de Psiquiatria 19% da população tem transtornos psiquiátricos. Entre eles o mais comum é a depressão que atinge 22 milhões de pessoas. A doença, tachada de mal do século, parece ser algo recente, uma criação da sociedade contemporânea, mas é inerente à condição humana, e desde a Antigüidade há registros de melancolia.

A professora Denise Tinoco, Coordenadora da Clínica Psicológica e do Curso de Psicologia da Unifil, esclarece que é preciso distinguir depressão de tristeza. Há depressão endógena, provocada por desequilíbrio químico associado a questões emocionais e depressão exógena, provocada por questões emocionais. Segundo ela a tristeza é apenas um sentimento momentâneo provocado por uma situação de perda, doença ou frustração.


No caso de depressão endógena é preciso tratamento farmacológico e psicoterapia, nas outras situações o medicamento não é indicado. Ela ressalta também a importância de um diagnóstico correto para que o tratamento tenha bons resultados. Sobre os números faz uma alerta: muitas vezes o próprio paciente, que não tem conhecimento sobre o tema, faz o diagnóstico e confunde depressão com tristeza.


Em relação à atividade física Denise afirma que sempre é aconselhável, pois eleva os níveis de serotonina, o neurotransmissor responsável pela regulação do ritmo cardíaco, sono e apetite, e endorfina, que é responsável pela sensação de prazer e bem-estar.


A professora dos Curso de Educação Física e Ciência do Esporte da UEL, Lucília Utiyama, afirma que desde o primeiro momento em que a atividade física é iniciada já é possível perceber os benefícios. Para ela as atividades mais indicadas são em grupo. O indivíduo que tem depressão normalmente se isola, as atividades em grupo promovem interação social, recreação e resgatam a auto-estima, ele percebe que não é o único sofredor e passa a ter uma postura mais ativa em relação à vida.


Outro ponto positivo do tratamento multidisciplinar é a redução do tempo de internamento e a promoção de altas hospitalares, o que traz benefício não só para o paciente, mas para o serviço de saúde e a economia. Contudo ela faz uma ressalva: os maiores benefícios da atividade física estão relacionados aos casos de depressão leve e moderada, em casos de depressão severa eles são limitados.

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