terça-feira, 13 de novembro de 2007

Restaurante Universitário da UEL pode aumentar o preço das refeições

Suposto reajuste nas refeições do Restaurante Universitário da UEL, que atende diariamente 4500 pessoas, causa polêmica

Adam Esteves Debiasi

“Preço acessível e comida de boa qualidade”, assim, o estudante de Relações Públicas, Pedro Corat, define o Restaurante Universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Ele conta com uma estrutura de 400 lugares e 63 funcionários entre nutricionistas, cozinheiros, auxiliares de cozinha, açougueiros, almoxarifes. Inicialmente, sua capacidade era de 2500 refeições por dia. Hoje, são servidas 4500, sendo 3000 no almoço e 1500 no jantar, em média.

As refeições são variadas durante a semana. Entre os pratos quinzenais, destacam-se lasanha, strogonoff, pernil assado, bife grelhado, além de arroz, feijão e sobremesas que são servidos todos os dias.
Mas, para manter esse aparato, o preço de R$ 1,90 cobrado para estudantes, que representam a maior parte da comunidade universitária – são 19.457 de graduação e pós-graduação matriculados - é insuficiente, segundo Oswaldo Yokota, diretor do Serviço de Bem-Estar à Comunidade (SEBEC). “A comida é subsidiada, depende de investimentos da administração”, afirma Yokota. O último aumento no preço do RU para estudantes ocorreu em 2004, quando passou de R$ 1,30 para R$ 1,90, representando um reajuste de 47%. Porém, no terceiro bimestre deste ano, houve uma especulação sobre um possível reajuste, com o acréscimo de R$ 0,35 centavos no preço. A questão ainda não foi deliberada pelo Conselho Administrativo da UEL, segundo o estudante de Ciências Sociais, Marcos Chagas, que representou os alunos na reunião do Conselho, em que estava pautado um possível aumento. “Eles ainda não votaram o reajuste, mas vão votar”, explica Chagas.

“Acho que R$ 1,90 é muito barato. Se for para aumentar para R$ 2,25 vai continuar muito barato, mas tomara que melhore a qualidade se aumentar o preço”, comenta o estudante Pedro Corat. Já o estudante de Engenharia Elétrica, João Kleiton Campos disse que não concorda com o reajuste. “É um absurdo, é errado”, questiona João.

Se o reajuste acontecer, o preço continuará sendo menor do que o de outros restaurantes universitários, como o da Unesp de Rio Claro em que a refeição custa R$ 2,50. Mesmo assim, Yokota não quis comentar sobre o assunto.

2 comentários:

Vinícius disse...

Que tal - e isso é apenas uma sugestão - investigar a afirmação do Yokota de que a comida é subsidiada. Se é, é em quanto? Quais são as fontes de arrecadação do RU? Quanto que o RU arrecada com os valores pagos pelos estudantes? Quanto o RU gasta? Com o que o RU gasta?

Os funcionários que trabalham no RU trabalham exclusivamente lá? O salário deles é pago com os recursos arrecadados pelo RU ou não, é pago pela pasta de pessoal da universidade?

Todas essas perguntas você poderia ter feito. Entretanto entendo que a pretensão da matéria não ia tão longe. Agora uma pergunta que eu acho que você deveria ter feito, e cometeu um erro e não ter feito, foi a do que motiva o aumento. Foi um aumento no preço dos produtos? Uma melhoria? Um aumento no custo de infra-estrutura? (Água ou luz?) A compra de uma nova máquina?

Adam disse...

Caro Vinicius,

Em primeiro lugar
o enfoque da matéria era o aumento do preço, sendo assim, descrevi brevemente o aspecto estrutural do RU para depois comentar sobre o reajuste. Ou seja, tais perguntas:

Se é, é em quanto? Quais são as fontes de arrecadação do RU? Quanto que o RU arrecada com os valores pagos pelos estudantes? Quanto o RU gasta? Com o que o RU gasta?

teriam espaço em outra reportagem, ou, quem sabe, em um relatório sobre o RU, mas não na minha matéria.

Segundo lugar
Como vc viu, no final do texto, o diretor do SEBEC não quis dar informações sobre o assunto. Portanto, como eu iria perguntar sobre a motivação de um assunto do qual ele nem queria falar?
Até pq, essas perguntas de motivação, causas e et coetera são bem corriqueiras no jornalismo, então, certamente, meu juízo não a deixaria passar imperceptivelmente em qualquer outra situação em que o entrevistado tivesse mais disposição.

Assim sendo, creio que o erro não está na minha matéria, mas sim no seu espírito analítico equivocado, que ousa objetar-me antes de compreender as circunstâncias nas quais elaborei o meu trabalho. Além disso, notei uma leitura um pouco desatenta da sua parte.

Você bem sabe que é verdade, já que logo após o momento em que você, humildemente, quis exibir seu poder de indagação, se contrapôs, como demonstra o trecho que segue:

"Todas essas perguntas você poderia ter feito. Entretanto entendo que a pretensão da matéria não ia tão longe."

Muito obrigado pelas dicas!
Mas, sinceramente, as prefiro quando são úteis!

Adam Esteves