domingo, 18 de novembro de 2007

Motivação extra no HU

Pacientes do Hospital Universitário são beneficiados pela ação de voluntários
Márcia Malcher


Na década de 70 iniciou a mobilização da sociedade civil na América Latina, inclusive no Brasil onde a ditadura permanecia. Associações comunitárias e movimentos populares protestavam contra a crise latente, especialmente inflação, corrupção e déficit econômico.

O Estado passa a transferir parte de sua responsabilidade quanto ao serviço social para a família, comunidade e entidades filantrópicas. E a Associação dos Voluntários do HU (AVHU) é um exemplo desse contexto. Fundada em 1975, oferece auxílio aos pacientes internados no hospital, com doação de medicamentos, alimentos, equipamentos hospitalares, próteses através de realização de eventos para angariar recursos.

A Casa de Apoio dos Voluntários do HU fornece hospedagem aos acompanhantes de pacientes internados no hospital, provenientes de outros municípios e sem condições para assumir despesas extra-hospitalares. Após 2 anos fechada por falta de recursos, a casa foi reaberta no dia 9 de outubro, já com sua primeira moradora Isabeli Bruna dos Santos de Jardim Alegre, que acompanha o tratamento do irmão de 13 anos.

A voluntária Judith Thomas da Cruz, há 20 anos na associação, diz que o trabalho é gratificante e que pra ela ajudar ao próximo vale a pena. ``Nós tivemos que fechar a casa com tristeza e ver os familiares dormindo nos bancos ou aonde encontrassem um lugar``, afirma Assunta Storti que está no voluntariado há 23 anos.

Nessa mesma semana (de 8 a 11 de outubro), em comemoração ao Dia das Crianças, foram realizadas brincadeiras, dinâmicas e jogos no Hospital HU para as crianças internadas. A maioria dessas atividades foi desenvolvida por voluntários, que estimulavam as crianças a produzir seus próprios brinquedos ou contavam histórias.

A psicóloga Denise Disaró, que trabalha no centro pediátrico do hospital destaca a importância da ação dos voluntários. ``Faz pouco tempo que os voluntários estão em contato direto com o paciente, e a mudança no ambiente vai depender da proposta do voluntário. Se ele está só conversando não há grande mudança, mas se ele propõe uma atividade nova, como ensinar a bordar, pintar, faz diferença``, considera.

Ela acrescenta a necessidade de que a relação de todos os envolvidos com o paciente, inclusive o voluntário, seja voltada para as necessidades reais de quem é atendido. ``O voluntário é alguém muito importante e temos de valorizar a questão que ele se dispõe a parar um pouco sua vida, deixar sua casa, seu trabalho, sua família para cuidar de outras pessoas, devido a uma motivação própria``, explica. ``Mas, em alguns casos, se essa motivação for muito grande e houver coisas mal resolvidas com ele, tem uma chance muito grande do voluntário se relacionar não com as necessidades do paciente, mas com as dele. Por isso, é importante que o voluntário seja instruído por uma equipe para pensar em ações terapêuticas e em um trabalho integrado``.


Um comentário:

Adam disse...

Aeeeee! Usando tecnologia imagética no blog hauhauhauhauah
Ta lindo isso aí! uahuhauauh